sábado, 2 de abril de 2016

Os Conselhos que dei a ele- uma volta ao passado e presente

Nosso 'lar' parecia um quartel. Eu era um tanto mole (mas nem tanto) com a educação dos pequenos, e ele sempre com chinelo na mão... por vezes eu punha os dois debaixo dos braços e corria para que não apanhassem. Ainda mais a Mel, tão teimosa, tão bocuda. Revezávamos no trabalho fora para poder revezarmos as tarefas e cuidados com os filhos e tão logo eu o ensinei a cozinhar, ele aprendeu e passou a cozinhar melhor que eu, então ele cozinhava e eu cuidava dos afazeres domésticos. Quando fiquei debilitada por insônia e depressão, passamos a ter empregadas domésticas, mas eu nunca larguei mão de tudo. Veio o Nico e em 4 meses nos separamos. Contei acima resumidamente nossa vida conjugal sem entrar em detalhes, já contei muitos em postagens anteriores.
Pensei que teríamos uma separação amigável, no meu simples pensamento achava que se vivíamos mal juntos, passaríamos a nos dar muito melhor separados, afinal, apesar de tudo, eu via nele qualidades e gostava dele. Fora o respeito por ser ele o pai dos meus filhos. O pai que escolhi para eles. Depois das brigas e lágrimas e cobranças e culpas que vem no momento como uma avalanche, sentamos para conversar. Pareceu que a conversa rendeu bons frutos, ele disse o quanto me pagaria de pensão e eu concordei. Foi ótimo, não havia problemas. Combinamos que ele levaria a Mel e o Edu aos finais de semana, mas não o Nico. O Nico, ele poderia visitar todos os dias, todas as horas que quisesse, poderia dar voltas com ele. Tudo previamente conversado e combinado, e, como ele mesmo dizia: "O combinado não é caro." Perfeito. Não podia ser melhor.
Até que o primeiro mês se passou. Cumpri minha parte, ele levou os dois maiores toda semana para a casa da mãe dele no interior de SP, como combinado, mas não vinha ver o Nico. Eu perguntava o por quê. Ele não me respondia, mas achei que ele estava correndo atrás de moradia e de reorganizar sua vida. Então tá. Passado o primeiro mês, um depósito de R$ 100,00 reais na minha conta. Pera aí! E a pensão que combinamos? Eu fiquei na casa, onde moramos de aluguel, escola e convênio particular das crianças, empregada doméstica, guarda da rua... Meu salário com mais R$100,00 não pagava todas essas despesas, além da alimentação, vestuário, fraldas, higiene, lazer.
"Oi??? E a pensão que combinamos?" "SE VIRA!!!" Foi a resposta mais audível e clara que eu poderia escutar. Mas e o combinado? Aquela história de que o combinado não é caro, como é que fica?
Enxuguei as despesas, nada de bolachas doces, refrigerantes, sucos de caixinha, somente o necessário e nada mais. Marquei plantões extras em todos os setores do hospital, passei a trabalhar todas as noites e enquanto aguardava alguma amiga me arrumar uma babá para morar em casa, uma amiga recém separada e com filhos foi ficando por R$400,00.
Segundo mês terminou, continuei cumprindo a minha parte do combinado, deixando ele levar os filhos aos finais de semana e nada dele visitar o Nico e o depósito na minha conta foi de R$150,00. Daí briguei e chorei. A mesma resposta: "SE VIRA!' Acompanhada de: vende o terreno em Piracaia e me dá minha parte!"
A minha resposta foi: "Não. Por lei você tem direito sim, mas você sabe que compramos o terreno e o carro com economias minhas, de solteira! Economias só minhas! Além do que, eu sou laqueada, não vou ter filhos de outro homem. Tudo o que é meu, é dos nossos filhos! Você pode ter mais filhos e não é justo dividir o que é meu, o que é dos nossos, com você e outros filhos que não serão meus! Além do mais, o terreno vale muito pouco!"
Num dos dias em que ele me devolveu as crianças, mandei que fossem para a cozinha ver o menor no carrinho e então, a sós exceto pelo guarda da rua, sentei por metros a vassoura no lombo dele, uma surra e tanto! Começou com uma vassourada na cara que fez voar o óculos, depois fui sentando a vassoura nas costas dele até o carro que ele havia parado há alguns metros. Bati com gosto!
Recorri a ex sogra: "Seu filho não está cumprindo o combinado! Não estou recebendo pensão das crianças! Estamos passando necessidades!" A resposta: "Ele disse que está pagando". Não ofereceu nada, não quis saber do que as crianças precisavam...
Mas continuou vendo os netinhos... Então veio o terceiro mês, um depósito na minha conta de algo em torno de R$300,00. Vendo as crianças me pedindo bisnaguinhas e nutella, meus pais viram que havia algo de muito errado. No dia em que apareceu uma babá por indicação, meus pais vieram me buscar. Levaram-nos para a casa deles. Mas a mudança, eu tinha que fazer tudo sozinha. Dava plantões todas as noites e durante o dia, embalava coisas. Era muita coisa, eu não estava dando conta. Meu pai chamou uns sujeitos para ajudar a desmontar camas, que vendi a preço simbólico a uma amiga recém casada e armários. Nessa me roubaram jóias e minha roupa de casamento... Então veio uma enfermeira, uma senhora, que desmontou todo o resto, levando sofás, armários, plantas (eu adorava plantar), mesa e cadeiras de jantar, cômodas, berço e computador, tudo por R$600,00, apenas porque eu precisava me livrar de tudo, pois já havia pago um mês de aluguel sem estar usando a casa! O playground que eu fiz na garagem pras crianças, ah o playground... tantos amiguinhos vieram brincar na minha casa com os meus filhos... Eu o vendi por um quarto do preço que paguei para o guarda da rua parcelado em 10x sem juros. O Edu e a Mel choraram a perda do playground deles com cama elástica, gangorra, balanço, casa de bolinhas e outras coisas, mas não caberia nada daquilo na casa de meus pais. Mal cabíamos nós: Minha mãe num quarto, meu pai noutro menor, eu e as crianças apertados no quarto que havia sido meu, espremidos em treliche que tive que comprar. Mais a babá  num quartinho.
Então numa noite de plantão recebi uma intimação de um oficial de justiça. A intimação poderia ter sido mandada para a minha casa, mas seria mais legal me fazer passar por constrangimento, mandá-la para o meu trabalho me fazendo passar carão seria mais divertido! Recebi a ligação de que um oficial de justiça me aguardava. Saí do meu setor e desci e quando o encontrei, um senhor muito simpático, leu para mim o conteúdo, como é de praxe e nele dizia que eu não estava cumprindo o combinado de permitir visitações, atrapalhando a formação de vínculo paterno... o resto do conteúdo eu nem lembro, já não escutava mais nada. Era uma sexta feira, ele havia pego o Edu e a Mel, como de costume. As crianças estavam com ele!!! E foi o que eu disse entre lágrimas para o oficial de justiça que galantemente me abraçava e paquerava e se convidou para tomar um café na minha casa no dia seguinte. Só concordei porque queria que ele visse que eu dizia a verdade, embora percebesse que ele estava se aproveitando da situação. Chorava tanto pelo corredor do hospital, que uma conhecida, que hoje é amiga, amiga querida, me abraçou por longo tempo, então me levou a um psiquiatra e me arrumou um atestado. Fiquei completamente sem condições de cuidar de pacientes, nem sei como consegui voltar pra casa dirigindo, sob efeito de Diazepan e lágrimas.
Então chamei meu primo e advogado, aproveitamos o processo que ele havia iniciado e entramos com pedido de pensão alimentícia para as crianças. Nesse período ele depositou R$1500,00 na minha conta.
Essas migalhas ele depositava era para não ter que pagar retroativos e esses mil e quinhentos foi grampeado por cima dos demais comprovantes de depósito para provarem ao juiz que ele, ao contrário de mim, cumpriu com o combinado e com a obrigação dele!
Muito esperto ele, enquanto eu corria atrás de ajeitar a minha vida e a das crianças e trabalhava todas as noites para pagar as contas, ele arquitetava planos para me ferrar!!! E eu pensei que seria um divórcio amigável!!!
Meu advogado foi meu primo, um negro, quarentão bonito, atlético e elegante, polido que ao entrar na sala do juiz, me puxou a cadeira, eu também fui elegantemente vestida para a audiência, enquanto ele, gordo, mal fardado, acompanhado por uma advogada que parecia uma estagiária muito mal vestida e descabelada, descontrolada que falava alto irritando o juiz e punha o dedo na minha cara fazendo acusações.  Conseguimos o que queríamos: 30% do salário dele de pensão para os três filhos e o Nícolas só pernoitaria fora de casa com dois anos e meio (deixei antes, com um ano e sete meses, o que foi um sofrimento para ele dormir longe de mim e da babá, segundo me contavam os irmãos, mas era mais sofrido para ele ficar apartado dos irmãos, então achei, pelo bem dele, que seria melhor antecipar isso, pois sabia que ele seria bem cuidado pela avó).
Ele entrou com ação pedindo isenção da pensão no período de férias, já que as crianças passavam com ele, fingindo ignorar, que nesse período as despesas continuavam: escola, matrícula, babá, perua escolar, tratamento dentário (o Edu usava aparelho), parcelamento de roupas e óculos das crianças, enfim, cedemos uma parte para que o juiz não me achasse gananciosa demais e abaixasse a pensão mensal, o que seria pior.
Nesse período precisava de um empréstimo no banco, pois devia no cheque especial, no cartão de crédito e cada centavo que meu pai gastava conosco, exigidos pela minha mãe com juros abusivos. Não sabia mexer com coisas de banco! Quando comecei a trabalhar com registro em carteira, meu pai, recém aposentado passou a executar tarefas de banco para mim, pegava meu cartão, meus boletos, pagava e fazia as transferências em poupança que eu pedia e saques. Eu tinha meu orçamento controlado na ponta do lápis, mas nunca havia posto meus pés numa agência bancária. Quando casei, cometi a burrice de permitir que meu então digníssimo esposo fizesse o mesmo. Chegando completamente perdida na agência, fui gentilmente atendida pelo gerente que me ensinou a redefinir todas as minhas senhas. Então descobri que já havia sido feito (pelo ex) um empréstimo de R$ 10 mil. Foi um susto, tive que fazer mais um de sete mil para suprir minhas despesas e quando questionei o ex sobre o empréstimo de 10 mil a resposta foi: "não lembro."
Então ao informar ao Conselho de Enfermagem sobre a minha mudança de endereço, descobri que durante os cinco anos em que estive casada, nenhuma anuidade do COREN foi paga, outro fato que ao tomar conhecimento e questionar, me foi respondido: "não lembro".
Então, apesar de a pensão das crianças não ser pouca (embora a pensão seja tributável- Ver a postagem Alienação Parental, de 19 de janeiro de 2016), até hoje eu vivo enroscada em dívidas por conta desses calotes de ex marido.
Então vieram as crises asmáticas do Eduardo (ver postagem Solidão de Mãe- de 28 de fevereiro de 2016). Bom, quem sempre os levou para médicos, oftalmos e dentistas fui eu, pois ouvir: 'se vira' e 'não posso, estou de serviço' virou rotina. E eu me viro. Mas os episódios asmáticos graves do Eduardo, com melhora e restabelecimento somente com a forçada presença do pai mostraram que o problema do Eduardo era falta da presença paterna. Não restavam dúvidas.
Paralelo a isso, a avó paterna começou a ficar preocupada com o temperamento contestador da Melissa e, segundo palavras da própria avó, ''achando que o 'problema' da Melissa (não detectei problema nenhum nela) fosse falta de mãe", ela mesma, a avó, resolveu procurar uma psicóloga. E o diagnóstico da psicóloga foi: "falta de pai"... HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!
Não desmerecendo o trabalho da psicóloga, a avó não teria gasto dinheiro se tivesse perguntado para mim!
Bom, o pai resolveu transferir o problema para a Melissa e a solução do mesmo para uma psicóloga. Eu acho isso até válido, desde que ela consiga fazer ele enxergar o que ELE deve fazer para resolver esse problema e que ele de fato se empenhe em fazer.

Enquanto todos esses fatos aconteciam, passei no contrato de emergência do Hospital em que trabalho e, além do meu emprego na Cl. Médica, fui contratada para trabalhar no Pronto Socorro do mesmo hospital (ler 240 Noites de Plantão, de 30 de setembro de 2013). Sugeri ao pai deles, já que eu iria trabalhar dobrado, que ele sempre que pudesse, levasse os filhos para a academia ou para a escola. Isso me traria alguns minutos a mais de descanso e o aproximaria mais dos filhos. Foi o primeiro conselho que eu me lembro de ter dado ao pai das crianças. Não foi um pedido, embora fosse me beneficiar, mas eu já estava acostumada a me virar sozinha, então foi um conselho mesmo.  KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!! Pra quê?
Claro que ele não seguiu o conselho, porque ele mais queria é que eu me ferrasse, que eu me lascasse, que eu me acabasse. Ele trabalhava e morava perto da minha casa e da escola das crianças e diversas vezes o vi passeando pela minha rua, de bobeira, quando eu (que dormia 3h a cada 24h) fazia a condução escolar dos meninos. Eu ainda fazia questão de parar o carro para as crianças cumprimentarem o pai, embora eu nem olhasse na cara dele.
Bom, eu não me ferrei, não me lasquei, não me acabei. Fiz o que pude, do jeito que dava. Quem se lascou foi ele, porque as crianças já começavam a analisar estas coisas.
Trabalhos escolares? As crianças iam pra lá, voltavam com um trabalho mal feito, sem qualquer ajuda, ou por fazer. Passados 7 anos, ainda é assim, tirando uma flauta de ferro que ele fez com o Edu (milagre!). Hoje o Edu ajuda a Mel, quando há alguma tarefa escolar e eles estão lá. Mas eles preferem fazer aqui, onde há babá, mãe, avô e tia e com certeza vai dar mais certo. ELES PREFEREM!
Daí o pai das crianças reencontrou um amor de adolescência, ela também separada e com 2 filhos e eles reataram o namoro. Pra começo de conversa eles recordaram que a culpa deles não terem casado antes de cada um casar com seus respectivos ex, era da mãe dele e resolveram proibir as visitações da avó, sem dar a menor satisfação para as crianças do por quê não estarem visitando a avó. Coisa que passados 4 meses ela pediu a minha intervenção e eu ajudei, mandando as crianças à casa dela através do Tio, o que me fez escutar do ex toda a sorte (ou azar) de xingamentos. Depois veio a implicância com os cabelos compridos do Eduardo! Filho de milico não pode ser cabeludo!!! Mas os meus filhos podem sim! Se eles querem, que mal tem? Isso rendeu assunto entre nós até o dia em que ele chamou o guri de veado... tempos depois, o Eduardo fez uma 'arte' no condomínio com os amiguinhos, bobeira que criança apronta, o que lhe rendeu uma surra de cinta, (o pai achou que tinha esse direito) em público, na frente de primos, namorada, filhos da namorada e amigos. Foi o que eu precisei pra fazer AQUELE BARRACO no meio da rua, em frente ao meu portão. Foi o barraco mesmo, com platéia de carros passando e pessoas no ponto de ônibus assistindo. E o Edu passou 2 meses sem vê-lo e só voltou com a intervenção da avó paterna, o que eu não fiz a menor objeção.
Depois de presenciar tudo isso, o Nico, o pequeno Nico, bom observador, 'cria da casa', como diz meu pai, resolveu que não gosta do pai e que não iria mais para lá. Que o pai de consideração dele é o avô. E quando eu digo que no Céu dos Bebês ele e os irmãos escolheram a mãe e o pai que eles teriam, ele levanta do dedinho em negação e diz: "Eu não escolhi não, foi o Dudu e a Mel! Eu vim por último!"
Então eu e meu pai começamos um trabalho de fazê-lo aceitar o pai dele, ressaltando as ínfimas qualidades dele, até inventando algumas, para que ele aceitasse o pai.
Mas surgiu um grande problema: O pai casou e o Nico não suporta o enteado do pai dele. Não suporta porque o Edu se dá bem com o menino. Não suporta porque o menino ocupa um espaço que ele considera dele e dos irmãos. O menino virou 'uma pedra' no caminho dele entre o pai e o Edu, um adversário. E o Nico desistiu. Resolveu que ter a mim, a meu pai e a babá, e o Edu durante a semana era suficiente. Desistiu do pai. Embora amoleça meu coração ter um filhinho só meu, eu me preocupei com isso e comecei a abordar o assunto com o pai deles. Primeiro vieram as acusações de que eu e meu pai compramos o Nico com presentes (e cadê o dinheiro pra isso???). Depois vieram as frases prontas: "o tempo vai resolver isso!"
Meu pai acha que o Nico tem que se esforçar pra gostar do pai. Eu já sou da opinião de que criança se conquista com amor e atenção (não com presentes, como ele me acusou de fazer). E a obrigação desta conquista é EXCLUSIVAMENTE DO ADULTO, NÃO DA CRIANÇA!!!

Sempre observei meu amigo Lori Alves durante a separação, pai de apenas uma menina. Ele e a ex esposa não tiveram problemas com pensão. Tudo foi feito à base de acordo amigável. O Lori nunca se recusou de levar a filha a médicos, escola e festas. Sempre fez dos momentos com ela momentos de diversão e alegria, alguns destes momentos na minha casa, inclusive. E não cuidou apenas da alegria, mas também dos cuidados. Além de reservar momentos de exclusividade com a menina, minha querida princesa.
Também li  postagens do apresentador Marcos Mion, que fala do que tem aprendido com seu filho autista e dos momentos que ele reserva para passear no shopping com sua menina, fazendo coisas que meninas gostam, mostrando a importância de se tratar uma filha com cavalheirismo, abrindo a porta do carro para ela, puxando a cadeira do restaurante para ela sentar, como uma princesa, reforçando a auto estima dela, para que quando ela cresça, não aceite namorar ou casar com um cara que a trate menos do que uma princesa, com um cara qualquer, que a trate mal. Achei isso muito interessante e vi que foi este o motivo de eu ter me separado do pai dos meus filhos. Eu fui tratada como qualquer coisa e, sendo inteligente, estudada, péssima dona de casa, mas ótima profissional, bom caráter, bonita, eu deveria ter sido tratada como uma rainha, e não fui. E não aceitei.
Comecei a observar meus filhos também, os pequenos sinais. Porque a gente não pode passar pela vida sem observar as pessoas. Ainda mais as que estão próximas!
A minha casa é quase uma loucura. Quando estou com meus filhos e a babá, todos disputam a minha atenção ao mesmo tempo. Todos falam ao mesmo tempo. Fora meu pai! Meu filho idoso! E eu procuro dar atenção pra todos. Só que ao mesmo tempo. Mesmo tendo a minha madrinha me aconselhado a reservar momentos de privacidade com cada um individualmente, o que é quase impossível trabalhando fora e sendo responsável por todos. Até pela minha irmã, minha única irmãzinha que mora longe e que, depois da morte da minha mãe também cobra a minha atenção, tadica! E neste mês, ela até tem ganhado mais que todos, pois está sendo um dos piores meses de toda a vida dela.  Antes ela contava com a minha mãe, que era boa ouvinte e conselheira. Mas minha mãe se foi, meu pai não é bom ouvinte e conselheiro então me sobra tentar fazer as vezes de Dona Ondina. Virei a Matriarca desta família Matriarcal, embora meu pai pense que ainda é o Macho Alfa, tadinho!
Então certo dia, quando levei o Edu para a casa de um amiguinho e o Nico para a escola, pela primeira vez na vida sentei para almoçar apenas com a Melissa. Sentamos, olhei nos olhos dela e perguntei: "Como foi seu dia na escola?" Ela arregalou os olhos e a boca, puxou o ar e ficamos cerca de um minuto nos olhando assim. Então ela desatou a falar sem parar por cerca de 45 minutos, enquanto eu prestava total atenção em cada palavra, cuidando para não interrompê-la, nem devanear, queria que ela visse e soubesse que eu estava prestando atenção nela e em tudo o que ela me dizia!
Então percebi que o jeito de o Edu ter exclusividade, é tendo graves crises asmáticas. O Nico consegue atenção da forma mais esperta: me enchendo de beijos e abraços. Só que tem horas que ele fala demais e eu desligo. E a Melissa teve duas opções: se contentar com o que sobra, ou aprontar na escola pra levar bronca e apanhar... Complicado isso. Mas eu não me culpo pelas coisas serem assim (leia Somos Quem Podemos Ser, de 25 de janeiro de 2015). Isso é o que eu posso oferecer, e é o meu melhor.
Mas me deu a ideia de dar outro conselho  pro pai de meus filhos, para melhorar a relação dele com as crianças:
Telefonei pra ele, expus o problema DELE com o Nico e sugeri que, já que ele ainda trabalha em São Paulo e a esposa e enteados dele moram no interior de SP, ele tem tempo para oferecer a cada filho individualmente uma ou duas horas por semana. Aconselhei que a cada semana, ele buscasse apenas um dos filhos para passar uma ou duas horas passeando, conversando e abraçando. Ele escutou sem pronunciar palavra e quando acabei, ele pediu para falar com o Eduardo. Perguntou: "Por que você acha que o Nico não quer vir à minha casa?" O Edu, sempre sucinto respondeu com as próprias palavras: "Porque ele não se sente bem recebido na sua casa". E de fato, segundo o Eduardo, o mais honesto e mais justo dos 3 filhos, o de opinião mais sensata e confiável, nas brigas, para o pai, a Mel e o Nico são sempre os errados. E ainda por cima o Eduardo tem que servir de mediador e protetor nessas horas, para que o Nico não apanhe do outro menino, uma vez que ele é menor e fica em desvantagem.
Falei pro Edu: "Se teu pai resolveu te escutar, se a sua opinião hoje tem alguma relevância para ele, faça bom uso disso e plante boas sementes". Muita responsabilidade para o Eduardo, pré adolescente, mas ele é inteligente e tem bom senso. Ele se tornou a última esperança dele, do pai e dos irmãos. Uma pena, pois agora é hora de eu lavar as minhas mãos.


Desta vez, o conselho não vai para as mães separadas, mas sim para os pais... Embora a lei não obrigue, além da pensão, vocês tem obrigação de cuidar dos seus filhos. Não existe ex filho, dividir os cuidados não é favor para a ex mulher! É OBRIGAÇÃO! No final, vocês pais tem muito a lucrar com isso. Não esperem seus filhos crescerem e procurarem por vocês, eles vão fazer isso apenas Se se tornarem rebeldes e acharem a mãe muito chata. Não queiram servir como opção de fuga, para adolescentes revoltados, porque isso não dá certo, o amor, o respeito e a admiração dos filhos começa desde a infância!

2 comentários:

  1. Parabéns! Tem o meu eterno respeito, admiração! Só quem passa isso sabe a dor invisível, VC torna-se impotente por tamanha covardia, usar filhos como escudos para pura vingança! Sinto o que passou, se precisar algo do Sul, Curitiba, minha casa é sua casa, sempre terá as portas abertas para vcs!

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  2. Meu amigo, do pouco que sei sobre você, sei que passou uns mals bocados para ter contato com seus filhos, o que é um absurdo! Não nego que já tive vontade de mudar meu nome e o das crianças e fugir com meu pai para uma Ilha Grega, o que não era inviável não! E tudo o que passo até justifica tal atitude! Mas não queria transformar futuramente o pai das crianças num mártir para eles. Ele não merece se tornar mártir. É bom que os filhos o conheçam. Mas no fundo eu ainda carrego a esperança e até tento influenciar para que ele conquiste as crianças, para que meus filhos tenham felicidade plena em relação à família deles, e o pai, também é família deles, e sim, eu tenho ciúmes dos meus filhos, mas prefiro engolir isso e que eles sejam satisfeitos em relação a mim e ao pai deles. Agora que vc conquistou o tão esperado direito ao contato com seus filhos, espero que que consiga reconquistá-los, tenho certeza de que vc fará o seu melhor para demonstrar o seu amor por eles. E não declino aà sua oferta, Curitiba e a sua nossa casa está nos meus planos! O convite e o acolhimento são recíprocos, tenha certeza! Beijo grande para você e para seus filhos!

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