quinta-feira, 14 de abril de 2016

Teorias da Conspiração em Relação às Vacinas


Comecei minha carreira na área de saúde como instrumentadora cirúrgica quando instrumentava como voluntária no IBCC e no Hospital Arnaldo Vieira de Carvalho. Essa vontade idealista de cuidar do próximo já vinha de antes, quando religiosamente a cada 3 meses eu doava sangue no Hospital Universitário e no Hospital das Clínicas durante 10 anos. Daí para a escolha da profissão foi um pulo, várias coisas colaboraram: estar dentro de hospitais fazendo amizade com auxiliares de enfermagem, ter a mãe de uma melhor amiga enfermeira, assistir ao seriado de TV Plantão Médico (E. R). Então prestei vestibular e entrei na USP, na certeza da profissão que escolhi.
Após formada, meu terceiro emprego foi numa Unidade de Saúde da Família (Programa de Saúde da Família), no Jardim Angela, onde fiquei por dois anos, período em que fiz pós graduação pelo Centro Universitário São Camilo em Saúde Pública.
Passei então em concurso para a prefeitura de São Paulo e fiquei em dois empregos, trabalhando 70h/semana, dormindo a cada 36h, até que vi que meu corpo não aguentaria por muito tempo esta jornada, eu estava casada e queria ser mãe logo, então vi que teria que optar por um emprego apenas naquele momento. Embora tenha sido um trabalho muito gratificante na unidade de saúde, embora tenha me especializado com a pós graduação e dezenas de cursos e atualizações, percebi que gostava mais de trabalhar com doentes em hospital do que com atenção básica, do que com prevenção de doenças e promoção à saúde. Amarrei meu burro no hospital, onde fiz pós em Ginecologia, Obstetrícia e Perinatologia, fiz cursos na área de atendimento hospitalar, me especializei em Educação Sexual e estou fazendo pós graduação em Enfermagem do Trabalho. Como Enfermeira são 16 anos sempre estudando, mas na área são 20 anos já. Irmã de bióloga, geneticista, também formada pela USP, com Mestrado, Doutorado e pós doutorado, estamos nós duas sempre 'trocando figurinhas'. E não só entre nós, mas entre colegas que também estão no meio acadêmico sempre se atualizando.
Depois de feitas as apresentações, vou arriscar a tecer um humilde comentário sobre atenção primária à saúde, área em que estou afastada há 12 anos, mas nunca completamente, uma vez que a formação do enfermeiro é generalista.
Ano passado, ao ver algumas publicações que falavam da pouca eficácia da vacina contra o HPV e dos possíveis danos neurológicos colaterais que podem estar ocorrendo com as jovens que estão recebendo a vacina na rede pública, optei por não vacinar a minha filha com então 10 anos e aguardar pelo menos mais 2 anos. Acredito, espero e estarei atenta para que ela não comece sua vida sexual antes disso, então ela pode esperar até que nesses dois anos eu obtenha todas as informações úteis sobre a mesma. Não tomei esta decisão sem antes conversar com a minha irmã, com um infectologista do Emílio Ribas e outro amigo geneticista.
http://saude.terra.com.br/mpf-pede-proibicao-da-vacina-contra-o-virus-hpv,88a3c98412c68d9346ce7242a41ec9285bxmv5et.html

Agora acompanho com tristeza em redes sociais uma verdadeira teoria da conspiração em relação às vacinas. Gente menos. Bem menos, por favor!
Não foi diferente em relação à vacina contra o HPV, vírus este sexualmente transmissível e relacionado ao câncer de colo uterino e de pênis.
Depois veio a história do zika vírus e a microcefalia. Foi um bombardeio de postagens relacionando os casos de microcefalia que tivemos à vacina contra a rubéola. Fato este desmistificado e pouco divulgado posteriormente por Doutores da USP, UNIFESP e demais faculdades fortemente ligadas à pesquisas na área.
http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,usp-estuda-se-alguns-bebes-tem-gene-protetor-contra-microcefalia,10000014686
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/03/1747413-estudo-aponta-que-zika-causa-dano-em-qualquer-fase-da-gravidez.shtml
Há uma série de 4 ou cinco vídeos a respeito, muito esclarecedores:
http://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?id=15775208&t=microcefalia---parte-1
Recomendo que assistam todos!
Agora está aí nova epidemia de H1N1, que chegou mais cedo, com pessoas compartilhando mais desinformação, mas vamos aos fatos:

http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,13-dos-brasileiros-que-morreram-por-h1n1-era-cardiaco-ou-diabetico,1855347
http://www.usp.br/aun/exibir.php?id=3087
http://www.usp.br/aun/exibir.php?id=5422
Centro de Saúde FSP USP na Campanha Nacional de Vacinação  Contra Influenza 2016:
http://www.fsp.usp.br/site/noticias/mostrar/5549


Hoje uma amiga muito querida que não é da área me questionou a respeito das vacinas e me inspirou a divulgar algumas informações de fontes inquestionáveis e confiáveis.
Então eu sugiro o seguinte, você busca informações sobre determinado assunto de saúde? Procure em sites universitários, USP, UNIFESP, UNICAMP, entre outros. Sigam a Dra. Mayana Zatz no twiter, o Dr. Thomaz Gollop no facebook, eles estão entre os tops na pesquisa no país, eles não são levianos.
Se você não domina um assunto, não dissemine informações. Se o assunto te interessa, ESTUDE! Mas estude direito!!!

Agora para os que apoiam as teorias da conspiração em relação às vacinas, daí é bom voltar ao passado e estudar a história da vacina, lembrar que graças às vacinas foram erradicadas doenças como poliomielite, varíola, sarampo...

Deixo aqui uma tese, com a devida autoria, que conta um pouco dessa história para quem tenha interesse em saber e refletir antes de ficar postando besteiras por aí!
http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v10s2/a13v10s2.pdf
http://www.estudopratico.com.br/revolta-da-vacina-conheca-as-causas-e-consequencias-desta-historia/


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