domingo, 17 de outubro de 2010

Não procure um médico, kkkkk!!!

Isso é um absurdo! Eu JAMAIS vou desaconselhar alguém a procurar um médico! NUNCA! Embora eu seja desgostosa com a forma como a medicina ocidental trabalha, precisamos dos profissionais médicos para tratarem nossas doenças.


Há anos atrás, quando fiz pós graduação em Saúde Pública, paralelo a implementação do Programa de Saúde da Família, aprendi que os objetivos eram a PROMOÇÃO À SAÚDE, PREVENÇÃO DE DOENÇAS e por fim, o tratamento das doenças. O programa pretendia resgatar a figura do médico da família.
Muito bonito tudo isso, mas quando eu vi que o Programa de Saúde da Família virou Pronto socorro da família, eu caí fora e fui amarrar meu burro no hospital.
A população, após anos e anos e anos vivendo num modelo hospitalocêntrico, onde o médico é a figura central e responsável por pedir exames, prescrever remédios e encaminhar à especialistas não consegue ainda assimilar como se trabalhar num nível coletivo e individual a promoção da saúde e a prevenção de doenças e nós, profissionais médicos e enfermeiros estamos muito mal preparados para instruir nesse sentido.



Quando eu era pequena, nós nos tratávamos com um clínico velhinho chamado Dr. Elias Bechara. Uma graça ele. Ele cuidava desde mim, que era a menorzinha da família, até minha avó. Ele cobrava o que seria hoje uns 30 reais pela consulta, isso quando cobrava. às vezes ele apenas mandava minha mãe comprar um bloco de receituário para ele e não cobrava pela consulta. Ele não abria ficha para os pacientes, mas guardava na memória o histórico de doenças dos pacientes, os tratamentos, as alergias medicamentosas... Fazia um exame físico minucioso, conversava, escutava, dava um vidro de maionese e nos mandava ao banheiro fazer xixi, cheirava nossa urina, olhava a cor, se havia sedimentos, até experimentava pra diagnosticar um diabetes. Às vezes o remédio que ele prescrevia era um sermão, rsrsrs, às vezes receitava remédio, e era difícil ele não resolver o problema e ter que encaminhar a um especialista.
Vai num clínico hoje queixar de dor de cabeça! Sem pedir exame, ele vai te encaminhar a um neurologista. Reclama de dor nas pernas, ele te encaminha pro vascular, reclama de dor de barriga, ele te manda pro gastro... e por aí vai.
Eu que sou 'tigrona' já desisto, rsrsrsrs!
Nós enfermeiros tínhamos uma formação mais generalista, embora o ser humano e o tratar e cuidar foram sendo divididos em partes, em pedaços. Primeiro, ao ingressar na faculdade de enfermagem, vocÊ saía enfermeira obstétrica, ou especialista em saúde pública. Agora são tantas especializações, que eu nem sei mais: UTI, PS, Pediatria, Cardiologia, Nefrologia, etc, etc e etc...
Eu acho legal que vá se especializando e destrinchando cada vez mais o ser humano, mas não se pode esquecer o TODO.
E além de esquecer o TODO, a medicina hoje em dia trata os efeitos, a doença, mas não busca as causas. Vê a ponta do iceberg, mas esquece de olhar o que está submerso...


Então vá sim ao médico, acredite em seu trabalho e competência, faça os exames que ele solicitar, tome os remédios que ele prescrever, mas não deixe tudo a cargo e sob responsabilidade do médico não!
Vá atrás, não se exclua do seu próprio cuidado!

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