quarta-feira, 11 de junho de 2014

DISPUTA DE EGOS- sobra pra quem?

Já contei um pouco da minha história aqui, sobre minha religião, minha família...
E acho que vai para 6 anos que me divorciei... Queria falar um pouco como vai a vida desde então.

O casamento tá uma merda, o casal tá quase se matando, então você conclui que a separação é a melhor saída, já que juntos há brigas. Mas tem em mente que, já que supostamente não houve traições, dá pra manter uma relação cordial. Pois se há filhos, há sim uma eterna relação... infelizmente.

Comigo foi assim, foi assim que eu pensei. Até descobrir o caráter da pessoa por quem você se apaixonou, se casou, quis ter filhos. Você imagina que os filhos continuarão sendo filhos. Então descobre que não é bem assim. E que, se você fica com a guarda dos filhos, a lei não está a seu lado. Não está.

Alguns meses sem receber a pensão das crianças me fizeram voltar para a casa dos pais de mala, cuia, filhos e dívidas... Ainda assim, não quis denegrir a imagem do pai para as crianças e, apesar de constantes discussões sobre pensão, eu permiti as visitações normalmente. Até receber no meu local de trabalho uma intimação afirmando que eu impedia o pai de ver os filhos. Diante da minha choradeira, o oficial de justiça comovido foi me visitar em casa. E pode constatar que as crianças não estavam lá. Estavam com o pai...
O bom é que o juiz não deu nem trela para este fato e, diante dele, eu afirmei e o pai deles não negou que ele tinha livres visitações. Então dei entrada no pedido de pensão para os três filhos. E consegui os 33%, valor máximo que a lei oferece, apesar de que o pai deles achando muito entrou pedindo parte do valor depositado nas férias, alegando que fica com os filhos e fingindo esquecer que escola, perua escolar, babá e etc também são pagas nas férias, mas enfim, concordei para não correr o risco de o juiz me achar fominha e resolver baixar esses 33%.

33%. É isso que sobra para os filhos. Quando você está casada, 100% do seu salário + 100% do salário do marido são para as despesas da família. Você separa, fica com a guarda e então são 100% do seu salário + 33% do salário do ex marido para as despesas da família. A lei entende que no caso o ex marido tem direito a compor um novo lar, formar uma nova família. A mulher não. E se o homem for autônomo, desempregado, vive de bico, trambiqueiro, não importa, não é problema dele. E ponto. A lei também não obriga que ele seja presente e participe como um pai deve participar. Eu tenho a sorte de ter um pai, um pai maravilhoso e um avô mais maravilhoso ainda. Que conversa, escuta, estuda junto, educa, aconselha, zela. O dia que ele se for, estamos todos órfãos... literalmente.

E as piadinhas de batalhão? "O dinheiro que o governo não me toma, a ex mulher leva tudo, hahahaha"
Piadinhas que ele faz para policiais que me encontram no meu trabalho e me contam. Ainda bem que eles vêem o quanto eu trabalho e sabem que o único homem que me sustentou nessa vida foi meu pai!!!

No começo eu ainda dava satisfações, o que as crianças andavam aprontando, falava sobre suas notas, mandava boletins, contava suas malcriações. Mas era como falar ao vento. Também falava sobre despesas, pedia ajuda sobre algumas coisas que eu não podia prover, ou pedia pra levar a um médico, um pronto socorro. Ouvi mais 'nãos' do que 'sims'. Mesmo quando arrumei mais um emprego, mesmo trabalhando mais de 60h/semana... aliás, foi nessa época em que só ouvi 'nãos'! Ouvi tantos 'SE VIRA', 'NÃO DÁ CONTA? DÁ A GUARDA PRA MIM', esse 'dá a guarda pra mim', leia-se: 'dá a guarda pra mim que a minha mãe, a avó deles é quem vai cuidar (hoje seria a atual mulher dele), pois ele mesmo sabe que não tem capacidade pra isso. Porque se fosse pra ele cuidar, eu até dava a guarda, pra ver a merda que ia dar! Mentira, não dava não, eu não ia suportar meus filhos sendo mal cuidados, rsrs.

Minha tia Nini certa vez disse: "Mantenha boas relações com a ex sogra, pois o homem quando separa deixa de amar os filhos, pior se arruma outros filhos com outra, então só a ex sogra vai te ajudar quando você precisar". E tenho seguido o seu conselho, embora nem quando as crianças não recebiam pensão a avó ofereceu alguma ajuda. Se fez de cega, surda e muda.

E seguiu assim, nos finais de semana e feriados, as crianças eram levadas para a casa da avó onde, segundo as mesmas, o pai dormia e a avó cuidava. E quando meu pai e minha mãe estiveram internados, a avó cuidou.

Lições de casa, estudar para provas e trabalhos escolares, condução para escola, para a academia, para médicos? Sempre foi comigo, com babá, com meu pai e minha irmã. Eu sei as matérias que eles gostam, as que eles detestam, as dificuldades, as notas, os amigos mais chegados, os colegas que eles não gostam. Não sei por que o pai teima em ir a todas as reuniões de escola se não acompanha nada disso... Eu sei sim. Faz uma média com as professoras, assina a lista de presença, assim, caso eu entre com algum processo, ele tem uma prova material de que é um pai presente. Bobo, não? Claro que não.
E foram assim todos esses anos, segui cumprindo a minha obrigação: não falando mal do pai deles na presença deles (senão é alienação parental (ainda tem essa!)), convidando ele e a família dele para eventos escolares e de academia. E ele incapaz de me dar um 'bom dia', boa tarde', para deixar os filhos contentes. Eu não faço questão que ele me cumprimente, não é ele que vai fazer do meu dia bom ou ruim, é pelas crianças!

Então surge uma nova namorada, que se torna uma nova esposa. 
Eu sempre joguei limpo com as crianças: sempre disse que não pretendo me casar de novo, que isso é uma escolha minha, que pode ser que um dia aconteça, mas que isso não faz parte dos meus planos. Apresentei namorados, ficantes, peguetes. Nas raras vezes em que tenho vida social, conto onde vou, se vou beijar, se é passeio só com amigas, se vou dormir fora. Conto pra eles o que eu espero que eles me contem quando for a vez deles. Claro que detalhes muito íntimos eu omito, embora já tenha explicado para os maiores o que é sexo.

Mas quando surgiu a namorada do pai, que ele sempre apresentava como amiga, deixando as crianças confusas e cheias de dúvidas, eu expliquei que o pai deles estava namorando. Simples assim.

Essa namorada ganhou o meu respeito e consideração por tratar bem meus filhos. Eu sempre os orientei a obedecê-la, a serem educados com ela e com os filhos dela. Mas crianças tem ciúmes! E o pai deles deveria usar um pouco de sensibilidade ao invés de querer enfiar goela abaixo das crianças uma "segunda mãe" como ele fala e "irmãos".  Não, não, não! Pára tudo! Não tem nada de segunda mãe e novos irmãos por enquanto! Essas coisas vem com o tempo, com a convivência, com o respeito, não obrigando!!!

Mas o meu respeito e consideração por essa cidadã acabaram logo. Acontece que a relação das crianças com o pai já é delicada: conflito de gerações, de idéias, de gostos, inflexibilidade, pouco diálogo... O pai deles é militar, preciso dizer mais?
Preciso sim: tudo as crianças perguntam pra mim, os maiores já querem saber sobre sexo, namoro, gravidez, menstruação e diversas coisas e acaba que eles só tem a mim como referência. O vovô, embora eles o idolatrem, está muito velhinho!

E eu fico muito feliz  na Associação Cristã de Moços- ACM, academia que frequentamos (mesmo não sendo cristãos) que meus filhos tenham professores do sexo masculino. Esses professores desconhecem o papel que eles desempenham na vida de meus filhos! Eles são referência de homens que trabalham, de mestres, de pessoas de caráter íntegro, eles ensinam, conversam com meus filhos, escutam as crianças, ensinam sobre atividades físicas, sobre a importância do cuidado com o corpo e com a saúde, do trabalho em equipe, do respeito às diferenças, da superação de dificuldades, lhes dão também carinho e tantas outras coisas que acabam preenchendo lacunas, acabam se tornando referência masculina para minhas crianças e eu olho de longe esse contato e sou muito grata! Não que as professoras não desempenhem um papel importante na vida deles, mas eu já sou uma boa referência feminina que as professoras acabam complementando.

Voltando ao fim da consideração pela madrasta das crianças, esse fim se deu quando, além de invadir um espaço muito meu, ela começou a provocar intrigas entre o pai e meu filho. Esse último eu não tolero, não aceito, não engulo! Um milhão de padarias no mundo, eles vêm de outra cidade, só na minha rua há 3 padarias, mas eles tem que ir naquela que eu vou desde que nasci. Vêm na minha casa buscar as crianças ela tem que vir, descer do carro, daqui a pouco vai querer entrar e tomar um café!
Há quem diga que isso é ciúme, nem ligo, tenho amigas separadas que me entendem, uma delas é minha irmã: minha irmã foi segunda esposa e o marido tinha uma filha com a ex. Ela tinha que levá-lo a casa da ex, pois ele é deficiente visual, ela parava o carro em outro quarteirão, ele descia e ia buscar a filha. Minha irmã respeitava o espaço, o território da outra! Se eu sou obrigada a dividir meus filhos com outra mulher, eu quero que ao menos o meu quadradinho, o meu pedacinho de terra seja devidamente respeitado! A calçada é pública? Foda-se, aqui a calçada é minha!

Então começaram as intrigas. Quando eram só comigo, eu ia levando, engolindo a maioria, dando uns chega pra lá, de vez em quando. Mas daí a intriga foi com a mãe dele: proibiu a avó de ver os netos! E os netos amam a avó!!! E não podiam vê-la!!! Tive que intervir, muito pelos meus filhos, um pouco pela avó também, não desgosto dela, até gosto um pouco, mas independente disso, os netos a amam, eles tem direito a vê-la e vice e versa! O que esperar de um cara que faz uma maldade dessas com a própria mãe e com os próprios filhos? Tive que intervir. Que mandar as crianças para a casa da avó à revelia dele. Ele me xingou muito e várias vezes por isso por telefone, é claro, porque pessoalmente ele se caga! E as crianças nesse meio chateadas por estarem impedidas de verem a avó!

Depois as intrigas começaram a sobrar para o meu mais velho: castigos físicos(*) e xingamentos em público (em público sim, a outra família dele são os outros sim, por enquanto!). E algumas dessas intrigas instigadas pela madrasta. Que além de tudo começou a mandar recados pra mim pela minha filha de 9 anos!!! E a fuçar meu facebook! (Tive que bloquear pra poder dividir o que eu penso com quem eu quero!).
Gente muito covarde essa! Um me xinga de tudo o que é nome, xinga até meus ancestrais pelo telefone, pelo telefone, porque é fácil ser 'capitão tudão' pelo telefone, só que quando eu dou meus gritos sai correndo, vira uma moça, e a outra muito machona também, manda recados pra mim por uma menininha de 9 anos, minha filha, uma criança, porque vir aqui, tocar a minha campainha e me falar pessoalmente também não tem coragem! As crianças me contam que quando vão ao terreiro a mãe de santo deles insinua que o pai deles ainda gosta de mim, o que provoca brigas entre o casal. Aliás, as crianças me contam tudo o que acontece no terreiro, eles detestam ser obrigados a ir lá! E que porra tenho eu a ver com as merdas que fala a mãe de santo! Mas nem tantas merdas, afinal ela já o colocou de joelhos e berrou na frente das crianças o fracasso de ser humano e de pai que ele é. Pena que entra por um ouvido e sai por outro!

Não se pode ser contraditório com crianças, dizer: "aqui é a sua segunda casa" e na sequencia dar bronca na criança que atendeu o telefone dessa segunda casa dizendo que não se pode atender telefone na casa dos outros! Isso é ridículo, contraditório, revoltante! Crianças não são burras! Elas não vestem farda e saem por aí batendo continência e cumprindo ordens! Eles pensam, sentem e questionam!

Resolvi não mandar mais malas de roupas. Algumas amigas aconselharam a fazer isso, outras desaconselharam. O que acontece é que em todos esses anos roupas vem sujas, manchadas, estragadas, comidas por cadela alheia e com o recado pra eu não encher o saco!!! E não são repostas, quem tem que repor sou eu! E os meus 100% com os 33% deles não tá dando! Fora os comentários vindos de lá do tipo: "me dá um desgosto quando eu abro a mala de vocês!" Comentários estes que chegam em mim! Desgosto por quê? Alguém me explica? Em alguma foto ou pessoalmente alguém viu meus filhos mal vestidos? Eu ando mal vestida, não faço unhas, não pinto meus cabelos, mas meus filhos vão muito bem obrigada! E já que além de não estarem satisfeitos, estão mandando coisas estragadas e roupa limpa misturada com roupa suja, tudo embolado, sem considerar gastos de água de de luz, já que meus filhos tem 2, 3 lares, que nesses lares eles tenham também as suas roupas, seus armários, pois até travesseiros eu tinha que mandar!

CHEGAAAAAAA!!! É o meu desabafo! Já que vomitar tudo isso nas orelhinhas das crianças vai machucá-los e falar tudo isso para os de lá não adianta nada, eu escrevo aqui, porque entre outras coisas isso aqui funciona como um diário meu, também é um aviso pra mulheres que estejam se separando, para elas se prepararem para o que pode vir, e para que quando meus filhos forem grandes, eles saibam o meu lado da história, embora eles não sejam cegos, nem surdos, nem burros e já tirem suas conclusões do que eles têm observado.
Tenho familiares, amigos e babás que podem comprovar que tudo o que escrevi é verdade.
A pedido do meu mais velho já quase entrei com pedido de visitações supervisionadas, mas diante das dúvidas dele mesmo, tenho esperado que as coisas se resolvam de uma forma melhor pras crianças.
Mas eu vou criando meus filhos bem criados, mesmo com críticas de lá, mesmo sem ajuda de lá. Eu sei disso, não sei se eles sabem. Acho que sabem... E espero que eles não tenham problemas psicológicos por conta de tudo isso, porque eu ponho a minha mão na consciência, sou até crítica demais comigo mesma e procuro ser uma ótima mãe!

(*)Não tenho nada contra palmadas e chineladas, desde que sejam dadas por que cuida, quem dá banho, quem leva ao médico, quem trata dores, angústias, medos, quem faz condução escolar e demais conduções, quem estuda junto, participa de trabalhos escolares, e todos os eventos, aconselha, escuta, enfim, quem cria e está sempre lá, cumprindo o seu papel. Se não faz nada disso, não tem o direito de querer educar, ainda mais com castigos físicos, muito menos na frente de quem NÃO É DA FAMÍLIA DELES! É o que penso.